A influência da alimentação na sua Saúde Mental

A saúde do cérebro e as doenças mentais são afetadas pela nutrição através de
vários mecanismos. Nutrientes como os ácidos graxos ômega-3 de cadeia longa,
zinco, magnésio e vários fitonutrientes promovem a expressão do Fator Neurotrópico
Derivado do Cérebro (BDNF) e, assim, influenciam a neuroplasticidade. Além disso, a
alimentação é um determinante modificável da inflamação sistêmica, que tem sido
descrita como uma das principais causas e consequências da depressão de acordo
com a hipótese neuroinflamatória desse distúrbio. Finalmente, o papel emergente da
flora intestinal (isto é, o microbioma) como um possível interveniente-chave na
regulação do humor, cognição e ansiedade sugere que estamos apenas começando
a descobrir o potencial dos alimentos como medicamento. A saúde intestinal é cada
vez mais entendida como crítica para a saúde do cérebro. Além de serem fontes
ricas em nutrientes de vitaminas e minerais, dois componentes das plantas são
relevantes para a saúde mental, mas não estão bem representados na literatura:
fibras e fitonutrientes. Geralmente, falta fibra nas dietas ocidentais, e isso influencia a
população e a diversidade de espécies bacterianas que compõem o microbioma, o
conjunto de bactérias que residem no intestino.
A microbiota intestinal pode afetar a função e o comportamento do cérebro através
do eixo microbiota-intestino-cérebro. Através da atividade metabólica de
microrganismos não patogênicos e da secreção de subprodutos funcionais que
aumentam a permeabilidade da mucosa intestinal, a microbiota intestinal influencia
tanto a produção como a absorção de neurotransmissores (por exemplo,
serotonina e GABA), aumentando a sua biodisponibilidade para o SNC. Impactando
assim, na ansiedade, depressão e outros distúrbios neurológicos.

Bruna Ziglioli – Nutricionista